Revista Brasileira de Meio Ambiente

Periódico de Acesso Aberto

CiteScore

0.4

Indexada na
SCOPUS

QUALIS

B3

2017-2021
quadriênio

Idioma

Revista Brasileira de Meio Ambiente

e-ISSN: 2595-4431


Resumo

DOI

O presente trabalho teve como objetivou realizar um estudo sobre a artropodofauna de serapilheira, com ênfase na riqueza e diversidade de artrópodes dos ambientes de mata ciliar e de caatinga em região semiárida de Pernambuco. O estudo foi realizado no Parque Estadual Mata da Pimenteira (PEMP), Serra Talhada-PE. As amostragens ocorreram em março e outubro de 2017, utilizando-se o método de quadrado para coleta da serapilheira, posteriormente submetida ao mini-extrator de winkler por 48h, sendo realizada também uma triagem manual, em que os indivíduos foram separados em morfoespécies, armazenados em frascos plásticos devidamente etiquetados e conservados em álcool a 70%. Este inventário faunístico da serapilheira catalogou 1.945 indivíduos para o PEMP distribuídos nos seguintes táxons: Acari (83,60%), Blattodea (3,39%), Coleoptera (3,39%), Araneae (3,35%), Hymenoptera (1,49%), Diplopoda (0,72%), Thysanura (0,46%), Pseudoscorpiones (0,43%), Diptera (0,31%), Hemiptera (0,21%), Opiliones (0,21%), Orthoptera (0,15%), Embioptera (0,10%), Scorpiones (0,10%) e Chilopoda (0,05%). A riqueza de morfoespécies da artropodofauna do PEMP é alta para a mata ciliar, com índice de dominância baixo, expressando alta diversidade para a mata ciliar e média diversidade para a caatinga, com alta equitabilidade. As seguintes variáveis ambientais: umidade relativa, temperatura da serapilheira, altura da serapilheira e o percentual de cobertura do dossel sofrem mudanças significativas conforme as estações do ano e os ambientes de mata ciliar e de caatinga, que possivelmente devem estar regulando a biodiversidade dos artrópodes da serapilheira. Com base no levantamento faunístico, evidencia-se que Acari foi o táxon mais abundante e com dominância alta, o que aumenta a probabilidade de ser escolhido ao acaso nos ambientes de mata ciliar e de caatinga, fato este que caracteriza a comunidade com elevado grau de concentração. Contudo, sugere-se que novas pesquisas com esta temática sejam realizadas, com intuito de ampliar os conhecimentos a respeito da biodiversidade da artropodofauna de serapilheira nos diferentes ecossistemas.

Referências

  • Alves, L. I. F., Silva, M. M. P. da, & Vasconcelos, K. J. C. (2008). Visão de comunidades rurais em Juazeirinho/PB referente à extinção da biodiversidade da Caatinga. Revista Caatinga, 21(4), 57-63.
  • Baretta, D., Brescovit, A. D., Knysak, I., & Cardoso, E. J. B. N. (2007). Trap and soil monolith sampled edaphic spiders (Arachnida: Araneae) in Araucaria angustifolia forest. Scientia Agricola, 64(4), 375-383.
  • Baretta D., Santo, J. C. P., Segat, J. C., Geremia, E. V., Filho, L. C. I. de O., & Maurício Vicente Alves. (2011). Fauna edáfica e qualidade do solo. Tópicos em Ciência do Solo, 7, 19-170.
  • Bezerra, C. W. F. (2018). Fauna de serapilheira com ênfase nos artrópodes de ambientes de Mata Ciliar e de Caatinga do Parque Estadual Mata da Pimenteira, Serra Talhada, Pernambuco. Monografia, Universidade Federal Rural de Pernambuco, Unidade Acadêmica de Serra Talhada, Serra Talhada, PE, p.97, Brasil.
  • Bezerra, C. W. F., & Andrade, L. de M. (2021). Interaction of macroinvertebrates in leaf litter in forest ecosystems: a review. Journal of Environmental Analysis and Progress, 6(2), 153-166.
  • Brand, M. A. (2017). Potencial de uso da biomassa florestal da caatinga, sob manejo sustentável, para geração de energia. Ciencia Florestal, 27(1), 117-127.
  • Cavalcanti, E. A. H., & Larrazábal, M. E. L. (2004). Macrozooplâncton da zona econômica exclusiva do nordeste do Brasil (segunda expedição oceanográfica - REVIZEE/NE II) com ênfase em Copepoda (Crustacea). Revista Brasileira de Zoologia, 21(3), 467-475.
  • Chabaribery, D., Silva, J. R. da, Tavares, L. F. de J., Loli, M. V. B., Silva, M. R. da, & Monteiro, A. V. V. M. (2008). Recuperação de matas ciliares: sistemas de formação de floresta nativa em propriedades familiares. Informações Econômicas, 38(6), 7-20.
  • Confalonieri, U. E. C., & Costa Neto, C. (2012). Diversity of mosquito vectors (Diptera: Culicidae) in Caxiuanã, Pará, Brazil. Interdisciplinary Perspectives on Infectious Diseases, 741273, 1-8.
  • CPRH. (2013). Parque Estadual Mata da Pimenteira, Plano de Manejo. Agência Estadual de Meio Ambiente, Secretaria do Meio Ambiente e Sustentabilidade.
  • CPRM - Serviço Geológico do Brasil. (2005). Diagnóstico do Município de
  • Serra Talhada. CPRM/PRODEEM, p.32.
  • Dias, S. C., & Bonaldo, A. B. (2012). Abundância relativa e riqueza de espécies de aranhas (Arachnida, Araneae) em clareiras originadas da exploração de petróleo na bacia do rio Urucu (Coari, Amazonas, Brasil). Boletim Do Museu Paraense Emílio Goeldi Ciências Naturais, 7(2), 123-152.
  • Dick, G., & Schumacher, M. V. (2015). Relações entre solo e fitofisionomias em florestas naturais. Revista Ecologia e Nutrição Florestal - ENFLO, 3(2), 31-39.
  • Friebe, B. (1983). Zur Biologie eines Buchenwaldbodens 3. Die Kaferfauna. Karlshue, Carolinea, (41), 45-80.
  • Holanda, A. C., Feliciano, A. L. P., Marangon, L. C., Freire, F. J., & Holanda, E. M. (2015). Decomposição da serapilheira foliar e respiração edáfica em um remanescente de caatinga na Paraíba. Revista Árvore, 39(2), 245-254.
  • Lavelle, P., & Spain, A.V. (2001) Soil ecology. Kluwer Academic Publishers, New York.
  • Lewinsohn, T. M., Freitas, A. V. L., & Prado, P. I. (2005). Conservation of terrestrial invertebrates and their habitats in Brazil. Conservation Biology, 19(3), 640-645.
  • Lima, S. S., Benazzi, E. S., Oliveira, N. C. R., & Leite, L. F. C. (2019). Diversidade da fauna epígea em diferentes sistemas de manejo no semiárido. Revista Agrarian, 12(45), 328-337.
  • Machado, D. L., Pereira, M. G., Correia, M. E. F., Diniz, A. R., & Menezes, C. E. G. (2015). Fauna edáfica na dinâmica sucessional da mata atlântica em floresta Estacional semidecidual na bacia do rio paraíba do sul-RJ. Ciência floresta, 25(1), 91-106.
  • Maestri, R., Leite, M. A. S., Schmitt, L. Z., & Restello, R. M. (2013). Efeito de mata nativa e bosque de eucalipto sobre a riqueza de artrópodos na serrapilheira. Perspectiva, Erechim., 37(e), 31-40.
  • Maman, A. P. De, Silva, C. J. Da, Sguarezi, E. D. M., & Bleich, M. E. (2007). Produção e acúmo de serapilheira e decomposição foliar em mata de Galeria e cerradão no sudoeste de Mato Grosso. Revista de Ciências Agro-Ambientais, 5(1), 71-84.
  • Marques, M. S. (2013). Variação temporal da riqueza de taxons, abundância e biomassa de artrópodes em ambientes de restinga do rio Grande do Norte. Dissertação de mestrado, Ciências Biológicas, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, p.53, Brasil.
  • Matos, S. S., Melo, A. L., & Santos-Silva, J. (2019). Clado Momosoide (Leguminosae=Caesalpinioideae) no Parque Estadual Mata da Pimenteira. Semiárido de Pernambuco, Brasil. Rodriguésia, 70(e01902017), 1-17.
  • Mendoza, Z. A. (2013). Guía de métodos para medir la biodiversidad. Área Agropecuaria y de Recursos Naturales Renovables. Carrera de Ingeniería Forestal, Universidad Nacional de Loja. Loja-Ecuador.
  • Moço, M. K. da S., Gama-Rodrigues, E. F. da, Gama-Rodrigues, A. C. da, & Correia, M. E. F. (2005). Caracterização da fauna edáfica em diferentes coberturas vegetais na região norte Fluminense. Revista Brasileira de Ciência Do Solo, 29(4), 555-564.
  • Moreno, C.E. (2001). Métodos para medir la biodiversidad. M&T Manuales y Tesis SEA. Vol. I. Zaragoza, p.84, España.
  • Oliveira, I. B. R., Moura, J. Z., Moura, S. G., Brito, W. C., Sousa, A. A., Santana, J. de D. P., & Maggioni, K. (2013). Diversidade da entomofauna em uma área de Caatinga no município de Bom Jesus-PI, Brasil. Científica, 41(2), 150-155.
  • RamoS, E. F. (2009). Influência de variáveis abióticas sobre a comunidade de aranhas (Araneae) em serapilheira coletadas pelo Extrator de Winkler em duas fisionomias vegetais na Restinga da Marambaia, Rio de Janeiro, Brasil, RJ. Tese, Programa de Pós-Graduação em Biologia Animal, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, p. 165f, Brasil.
  • Riegelhaupt, E. M.; Pareyn, F. G. C.; Gariglio, M. A. (2010). O manejo florestal como ferramenta para o uso sustentável e conservação da caatinga. In: GARIGLIO, M. A. et al. (Org.). Uso sustentável e conservação dos recursos florestais da caatinga. Brasília: Serviço Florestal Brasileiro.
  • Rodrigues, E. N. L. (2005). Araneofauna de serapilheira de duas áreas de uma mata de restinga no município de Capão do Leão, Rio Grande do Sul, Brasil Everton. Biotemas, 18(1), 73-92.
  • Ruppert, E. E., Fox, R. S., & Barnes, R. D. (2005) Zoologia dos invertebrados: uma abordagem funcional-evolutiva São Paulo: Rocca.
  • Santos, A. A., Maia, L. D. M., Araujo, W. B. C., Silva, E. C. V. da, Lima, L. de O., & Moreira, A. N. (2012 outubro). Diversidade de artrópodes de solo em cultivo de videira e área nativa em Petrolina - PE. VIICONNEPI, Palmas, TO, Brasi, 1-5.
  • Santos, G. G., Da Silveira, P. M., Marchão, R. L., Becquer, T., & Balbino, L. C. (2008). Macrofauna edáfica associada a plantas de cobertura em plantio direto em um Latossolo Vermelho do Cerrado. Pesquisa Agropecuaria Brasileira, 43(1), 115-122.
  • Santos, D. P., Santos, G. G., dos Santos, I. L., Schossler, T. R., Niva, C. C., & Marchão, R. L. (2016). Caracterização da macrofauna edáfica em sistemas de produção de grãos no Sudoeste do Piauí. Pesquisa Agropecuaria Brasileira, 51(9), 1466-1475.
  • Silva, C. J. da, Sanches, L., Bleich, M. E., Lobo, F. de A., & Nogueira, J. de S. (2007). Produção de serrapilheira no Cerrado e Floresta de Transição Amazônia-Cerrado do Centro-Oeste Brasileiro. Acta Amazonica, 37(4), 543-548.
  • Souza, F. M., Gandolfi, S., & Rodrigues, R. R. (2014). Deciduousness influences the understory community in a semideciduous tropical forest. Biotropica, 46(5), 512-515.
  • Spracklen, D. V., & Garcia-Carreras, L. (2015). The impact of Amazonian deforestation on Amazon basin rainfall. Geophysical Research Letters, 42(21), 9546-9552.
  • Trovão, D. M. de B. M., Fernandes, P. D., Andrade, L. A. de, & Dantas Neto, J. (2007). Variações sazonais de aspectos fisiológicos de espécies da Caatinga. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, 11(3), 307-311.
  • Uramoto, K., Walder, J. M. M., & Zucchi, R. A. (2005). Análise quantitativa e distribuição de populações de espécies de anastrepha (Diptera: Tephritidae) no Campus Luiz de Queiroz, Piracicaba, SP. Neotropical Entomology, 34(1), 33-39.
  • Vasconcelos, H. L. (2008). Formigas do solo nas florestas da amazônia de diversidade e respostas aos distúrbios naturais e antrópicos. In: Moreira, F. M. S., Siqueira, J. O., Brussaard, L. Biodiversidade do solo em ecossistemas Brasileiros. Lavras, Universidade Federal de Lavras.
  • Zanchi, F. B., Waterloo, M. J., Aguiar, L. J. G., Von Randow, C., Kruijt, B., Cardoso, F. L., & Manzi, A. O. (2009). Estimativa do Índice de Área Foliar (IAF) e Biomassa em pastagem no estado de Rondônia, Brasil. Acta Amazonica, 39(2), 335-347.
  • Zardo, D. C., Carneiro, Â. P., Lima, L. G. De., & Santos Filho, M. (2010). Comunidade de artrópodes associada à serrapilheira de cerrado e mata de galeria, na Estação Ecológica Serra das Araras – Mato Grosso, Brasil. Revista ReBraM, 13(2), 105-113.

Informações do artigo

Histórico

  • Recebido: 30/01/2022
  • Publicado: 15/06/2022