Avaliação de Biomarcadores Bioquímicos em Peixes em Pesque Pague de Lages Santa Catarina.
Palavras-chave:
Biomarcadores, Atividade enzimática, Agentes tóxicos.Resumo
Os peixes são particularmente sensíveis à contaminação ambiental devido à sua natureza de vida aquática, meio onde diversos agentes tóxicos geralmente ocorrem e expressam presença. Biomarcadores da presença desses agentes que sejam mensuráveis em peixes podem ser utilizados para avaliar a qualidade ambiental em locais de interesse, como no caso dos pesque-pague. Assim, o objetivo principal do trabalho foi avaliar, por meio de biomarcadores, a presença de agentes tóxicos em jundiá (Rhamdia quelen), carpa comum (Cyprinus carpio) e tilápia (Oreochromis niloticus), coletados em lagos de um pesque-pague localizado em Lages, Santa Catarina. Para isso, 10 peixes de cada espécie foram coletados vivos e, em seguida, dispostos em caixa térmicas refrigeradas com gelo e encaminhados para realização das análises. Amostras de tecidos de brânquias, fígados e cérebro dos peixes foram retiradas para determinação da atividade das enzimas catalase (CAT), glutationa-S-transferase (GST) e acetilcolinesterase (AChE). A atividade de CAT nas brânquias foi semelhante entre as espécies, entretanto, no fígado, foi maior em jundiá e carpa e menor em tilápias. A atividade de GST no fígado foi menor na carpa em relação à tilápia, enquanto nas brânquias, foi maior em carpas do que nas duas outras espécies que não diferiram entre si. A atividade da AChE no cérebro foi semelhante nas espécies jundiá e carpa. Não foram detectadas alterações expressivas nos biomarcadores bioquímicos avaliados.
Palavras-Chaves: Biomarcadores, Atividade enzimática, Agentes tóxicos.
Referências
AMORIM, L. C. A. Os biomarcadores e sua aplicação na avaliação da exposição aos agentes químicos ambientais. Revista Brasileira de Epidemiologia, v. 6, n. 2, p. 158-170, 2003.
ANTUNES, S. C. et al. Effects of chronic exposure to benzalkonium chloride in Oncorhynchus mykiss: cholinergic neurotoxicity, oxidative stress, peroxidative damage and genotoxicity. Environ Toxicol Pharmacol. v. 45, p. 115-122, 2016. DOI. 10.1016/j.etap.2016.04.016.
ARAÚJO, C. R. M.; SANTOS, V.L.A.; GONSALVES, A.A. Acetilcolinesterase - AChE: Uma Enzima de Interesse Farmacológico. Revista Virtual de Quimica, v. 8, n. 6, p. 1818–1834, 2016.
BATISTA, M. T. O. K. et al. Tissue levels of the antioxidant enzymes superoxide dismutase and catalase in fish Astyanax bimaculatus from the Una River Basin. Ambiente e Água. v.9, n.4, p. 621-631, 2014. DOI. http://dx.doi.org/10.4136/ambi-agua.1473.
BORTOLI, S.; PINTO, E. microcistina: a toxina mais comum produzida por cianobactérias. In: POMPÊO, M.; MOSCHINI-CARLOS, V.; LÓPEZ-DOVAL, J. C. (Org) Aspectos da ecotoxicidade em ambientes aquáticos. São Paulo: USP. 2022. p. 71-101.
BRABO, M. F.; FERREIRA, L. A.; VERAS, G. C. Aspectos históricos do desenvolvimento da piscicultura no nordeste paraense: trajetória do protagonismo à estagnação. Revista em Agronegócio e Meio Ambiente, Maringá. v. 9, n. 3, p. 595-619, 2016. DOI. http://dx.doi.org/10.17765/2176-9168.2016v9n3p595-615.
CLASEN, B. et al. Bioaccumulation and oxidative stress caused by pesticides in Cyprinus carpio reared in a rice-fish system. Sci. Total Environ. 626, 737-743, 2018. DOI. https://doi.org/10.1016/j.scitotenv.2018.01.154.
CORRÊA, L. F.;RIBEIRO, E. A. W. Diagnóstico da piscicultura com ênfase no clima e ambiente – Massaranduba-SC. InterEspaço: Revista De Geografia E Interdisciplinaridade, v. 6, p. 01-24, 2020. DOI. https://doi.org/10.18764/2446-6549.e202038
COSTA, C. R. et al. A toxicidade em ambientes aquáticos: discussão e métodos de avaliação. Química Nova, v. 31, n. 7, p. 1820-1830, 2008.
CREMONINI, J.; BARCAROLLI, I. F. Análise de biomarcadores em tilápias submetidas ao efluente tratado de indústria de carne de frango. Revista Ibero Americana de Ciências Ambientais, v.11, n.4, p.205-216, 2020. DOI: http://doi.org/10.6008/CBPC2179-6858.2020.004.0018.
CUNICO, A. M.; AGOSTINHO, A. A.; LATINI, J. D. Influência da urbanização sobre as assembleias de peixes em três córregos de Maringá, Paraná. Revista Brasileira de Zoologia, v. 23, n. 4, p. 1101-1110, 2006.
ESPÍNDOLA, E. A. Os pesque-pagues da bacia hidrográfica do rio Mogi-Guaçu: uma análise do perfil socioeconômico e da percepção ambiental de seus usuários. 2008. 147f. Dissertação (Mestrado) – Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos, 2008.
GALLEP, T. B. B. et al. Efeitos de nanopartículas comerciais de óxidos de ferro: citocidade. Quimica Nova. V. 41, n. 9, p. 974-981, 2018.
GALLO, M. A. History and scope of Toxicology. In: KLAASSEN CD. Toxicology: the Basic Science of Poisons. 7th ed. New York: McGraw Hill; 2008. p.1331. DOI: 10.1036/0071470514.
GIRVAN, H. M.; MUNRO, A. W. Applications of microbial cytochrome P450 enzymes in biotechnology and synthetic biology. Current Opinion in Chemical Biology, v. 31, p. 136-145, 2016.
GUPTA, R. C. Biomarkers in Toxicology. Kentucky: Elsevier, 2014 eBook ISBN: 9780124046498.
JESÚS, T. B.; DE CARVALHO, C. E. V. Utilização de biomarcadores em peixes como ferramenta para avaliação descontaminação ambiental por mercúrio (Hg). Oecologia Brasiliensis, v. 12, n. 4, p. 680-693, 2008.
KAVITHA, P.; RAO, J. Toxic effects of chlorpyrifos on antioxidant enzymes and target enzyme acetylcholinesterase interaction in mosquito fish, Gambusia affinis. Environmental Toxicology and Pharmacology. v. 26, p. 192-198, 2008. DOI. 10.1016/j.etap.2008.03.010.
LAMMER, E. et al. Is the fish embryo toxicity test (FET) with the zebrafish (Danio rerio) a potential alternative for the fish acute toxicity test? Comparative Biochemistry and Physiology Part C: Toxicology and Pharmacology, v. 149, n. 2, p. 196–209, 2009.
LEIRA, M. et al. Qualidade da água e seu uso em pisciculturas. Pubvet, v. 11, n. 01, p. 11-17, 2017. DOI.10.22256/pubvet.v11n1.11-17.
LINS, J. A. P. N. et al. Uso de peixes como biomarcadores para monitoramento ambiental aquático. Revista Acadêmica: Ciência Animal, v. 8, n. 4, p. 469-484, 2010.
LIONETTO, M. G. et al. Acetylcholinesterase as a biomarker in environmental and occupational medicine: new insights and future perspectives. BioMedical Research International, v. 2013, p. 1-8, 2013.
MASESE, F. O.; OMUKOTO, J. O.; NYAKEYA, K. Biomonitoring as a prerequisite for sustainable water resources: a review of current status, opportunities and challenges to scaling up in East Africa. Ecohydrology & Hydrobiology, v. 13, n. 3, p. 173-191, 2013.
MOREIRA, L. B. et al. Biomarkers responses of the clam Anomalocardia flexuosa in sediment toxicity bioassays using dredged materials from a semi-arid coastal system. Heliyon, v. 6, n. 5, p. e04030, 2020.
MORO, G. V. et al. Espécies de peixe para piscicultura. In: RODRIGUES et al. (eds) Piscicultura de Água Doce: multiplicando conhecimentos. Brasília: Embrapa, 2013. p. 29-67.
NASCIMENTO, G. B. et al. Hematological parameters of Matrinxã brycon amazonicus (Characidae: Bryconinae) created in captivity in the Amazon region. Brazilian Journal of Development, v. 6, n. 1, p. 3303-3315, 2020.
NELSON, J. S.; GRANDE, T. C. & WILSON, M. V. H. Fishes of the world. 5 ed. John Wiley & Sons, 2016. 752p.
PEIXE BR, Associação Brasileira de Psicultura. Anuário da piscicultura 2022. Disponível em: https://www.peixebr.com.br/Anuario2022/AnuarioPeixeBR2022.pdf. Acesso em:15 mai. 2023.
ROCHA, C, S; PUCHALE, R, Z; BARCAROLLI, I, F. Avaliação Toxicológica da Progesterona em biomarcadores de Tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus). Revista Brasileira de Meio Ambiente, v. 10, n. 2, p. 26–40, 2022. DOI. https://doi.org/10.5281/zenodo.7320633.
SILVA, G. G. H.; CAMARGO, A. F. M. Impacto das atividades de aquicultura e sistemas de tratamento de efluentes com macrófitas aquáticas: relato de caso. Boletim do Instituto de Pesca, São Paulo, v. 34, n. 1, p.163-173, fev. 2008.
SILVA, S.B., et al. Exposure to the herbicide atrazine induces oxidative imbalance, morphological damage and decreased survival in juvenile fish. Bioscience Journal, v. 39, e39034. DOI. https://doi.org/10.14393/BJ-v39n0a2023-65784.
SILVEIRA, M. P. Aplicação do biomonitoramento para avaliação da qualidade da água em rios. Jaguariúna: Embrapa Meio Ambiente-Documentos (Infoteca-e), 2004.
SWITALA, J.; LOEWEN, P.C. Diversity of properties among catalases. Arch. Biochem. Biophys. 2002, 401, 145-154.
TORRES, A.; ROSA, F. R. T.; ALENCAR, L. O efeito pesque-pague. Revista de Agronegócios da FGV. V. 25, p. 26-27, 2005.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Material protegido por direitos autorais e plágio. No caso de material com direitos autorais ser reproduzido no manuscrito, a atribuição integral deve ser informada no texto. Caso seja preciso, um documento comprobatório de autorização deve ser enviado para a Comissão Editorial como documento suplementar. É da responsabilidade dos autores, não Revista ou dos editores ou revisores, informar, no artigo, a autoria de textos, dados, figuras, imagens e/ou mapas publicados anteriormente em outro lugar.
Se existir alguma suspeita sobre a originalidade do material, a Comissão Editorial pode verificar o manuscrito por plágio. Nos casos em que o plágio for confirmado, o manuscrito será devolvido sem revisão adicional e sem a possibilidade de re-submissão. Auto-plágio (ou seja, o uso de frases idênticas de documentos publicados anteriormente pelo mesmo autor) também não é aceitável.
O (s) autor (es) no ato da submissão do manuscrito deverão assinar um acordo prévio concordando acerca da Declaração de Direito Autoral, explanada no parágrafo acima. Para reforçar os direitos autorais do autor, a Revista Brasileira de Meio Ambiente utiliza a licença Creative Commons - CC-BY 4.0 [Os artigos podem ser compartilhados e seus assuntos podem ser modificados, desde que o devido crédito seja aplicado de forma integral] (para mais informações sobre a licença, (https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0), no qual, a logomarca e o link fica de modo estático no rodapé da revista. Vale ressaltar que o(s) autor (es) podem solicitar os direitos autorais do manuscrito sem restrições, mesmo que o artigo já esteja publicado na revista.