O estado do Rio Grande do Norte como área estratégia para conservação de peixe-boi-marinho (Trichechus manatus) no Brasil

Autores

  • Fernanda Loffler Niemeyer Attademo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade - Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Aquáticos (ICMBio/CMA) http://orcid.org/0000-0003-2640-6714
  • Fábia Oliveira Luna Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade - Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Aquáticos (ICMBio/CMA) http://orcid.org/0000-0001-8960-3462
  • Radan Elvis Matias oliveira Centro de Estudos e Monitoramento Ambiental - CEMAM http://orcid.org/0000-0002-0370-4447
  • Augusto Carlos Boavigem Freire Centro de Estudos e Monitoramento Ambiental - CEMAM Universidade do Estado do Rio Grande do Norte - Projeto Cetáceos da Costa Branca http://orcid.org/0000-0003-1705-2096
  • Stella Almeida Lima Centro de Estudos e Monitoramento Ambiental - CEMAM Universidade do Estado do Rio Grande do Norte - Programa de Pós-Graduação em Ciências Naturais (PPGCN)
  • Flávio José Lima Silva Centro de Estudos e Monitoramento Ambiental - CEMAM Universidade do Estado do Rio Grande do Norte - Programa de Pós-Graduação em Ciências Naturais (PPGCN) Universidade do Estado do Rio Grande do Norte - Projeto Cetáceos da Costa Branca http://orcid.org/0000-0002-6521-9367

Palavras-chave:

Espécie Ameaçada, Monitoramento, Recinto de Aclimatação

Resumo

O peixe-boi-marinho (Trichechus manatus) é uma das espécies de mamíferos aquáticos mais ameaçadas de extinção no Brasil. Com um tamanho populacional ainda desconhecido, foi bastante explorado pela caça desde o descobrimento do Brasil, até meados do século XX, quando ações de conservação passaram a serem implantadas. Em 1980, o governo federal iniciou ações para a conservação da espécie e em 1998, o PCCB/UERN iniciou estudos no Rio Grande do Norte (RN) sobre a população de peixes-bois e potenciais ameaças, nesta localidade. O presente estudo teve como objetivo, realizar uma revisão bibliográfica sobre a importância do peixe-boi no RN e a implicação desta localidade para a conservação da espécie. O Estado é uma das mais importantes áreas de ocorrência, pois além de fazer conexão com as populações do Norte do país e do extremo Sul de ocorrência da espécie, é a segunda área de maior encalhe de filhotes. Durante cerca de duas décadas, os animais resgatados no RN foram soltos em Alagoas e Paraíba, não ocorrendo uma reposição destes animais no RN, ao longo do período. Além disso, atividades com potencial de impacto foram implantadas, tais como carcinocultura, exploração de petróleo e gás e outras. Conclui-se que ações de conservação são necessárias, tais como o monitoramento sistemático de encalhes, mapeamentos das áreas de alimentação e de reprodução, criação de Unidades de Conservação, geração de renda através do turismo de base comunitária, os quais poderão ser alcançados através da implantação de recinto de aclimatação para soltura e reposição dos animais encalhados.

DOI

Biografia do Autor

Fernanda Loffler Niemeyer Attademo, Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade - Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Aquáticos (ICMBio/CMA)

Medica Veterinária (2001), mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente (2006), especialista em direito ambiental (2005), e em saúde pública (2005) e doutora em Ciência Veterinária (2014). Tem experiência em medicina da conservação de peixe-boi marinho e foi médica veterinária responsável pelas atividades de captura de peixe-boi marinho no Brasil (2011-2018). Foi coordenadora substituta do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Aquáticos/ICMBio (2014-2015) e coordenadora do Programa de Conservação de Peixe-boi marinho/ICMBio (2016-2017). Médica Veterinária de mamíferos aquáticos no ICMBio (2006-2018 e 2020-presente). Médica veterinária de animais aquáticos no Rio grande do Norte (2003-2006 e 2018-2020). Atua desde 2003 na gestão e execução de projetos de conservação de mamíferos aquáticos no Brasil. Membro do Grupo de Assessoria Técnica (GAT) do ICMBio de Peixe-boi marinho e de cetáceos. Participa da avaliação de espécies de mamíferos aquáticos ameaçadas de extinção desde 2011. Participa das oficinas dos Planos de Ação Nacional (ICMBio) de peixe-boi marinho e de cetáceos. Membro da Comissão de Animais Selvagens do Conselho de Medicina Veterinária de Pernambuco (CRAS-CRMV-PE).

Radan Elvis Matias oliveira, Centro de Estudos e Monitoramento Ambiental - CEMAM

Possui graduação em Medicina Veterinária pela Universidade Federal Rural do Semi-Árido (2015). Mestrado em Ciência Animal pelo Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (2017). Doutorando em Ciência Animal pelo Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Início: JAN/2018) com projeto de pesquisa em andamento intitulado: Morfologia e achados anatomopatológicos do parelho digestório de tartarugas marinhas (Testudines) encalhadas na bacia potiguar, Brasil. Foi tutor de práticas do curso de Medicina Veterinária da Universidade Potiguar (UnP) no ano de 2016. Foi professor do curso de Medicina Veterinária da Universidade Potiguar (UnP) de 2017 à 2018. Tem experiência na área de morfofisiologia de animais domésticos e silvestres, com ênfase em anatomia macroscópica, microscópica de luz e microscópica eletrônica de transmissão e varredura. Atualmente é Vice-Presidente do Centro de Estudos e Monitoramento Ambiental (CEMAM), pesquisador associado do Projeto Cetáceos da Costa Branca da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (PCCB-UERN), pesquisador associado do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Aquáticos (CMA/ICMBio) e pesquisador associado do Projeto Golfinho Rotador do Arquipélago de Fernando de Noronha-PE (PGR)

Augusto Carlos Boavigem Freire, Centro de Estudos e Monitoramento Ambiental - CEMAM Universidade do Estado do Rio Grande do Norte - Projeto Cetáceos da Costa Branca

É Graduado em Medicina Veterinária pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (2012); Mestre em Ciência Animal Tropical pelo Programa de Pós-Graduação da Universidade Federal Rural de Pernambuco (2016). Médico veterinário do Projeto Cetáceos da Costa Branca - Universidade Estadual do Rio Grande do Norte; Membro da Sociedade Latino Americana de Especialistas em Mamíferos Aquáticos - SOLAMAC; Conselheiro fiscal suplente do Centro de Estudos e Monitoramento Ambiental (CEMAM). Tem experiência na área de medicina da conservação e clínica médica de animais selvagens, com ênfase em mamíferos aquáticos. Atualmente vem desenvolvendo atividades de pesquisa voltadas ao manejo, resgate, reabilitação em cativeiro e soltura de fauna marinha (aves, quelônios, cetáceos e sirênios) no Nordeste do Brasil. Tem experiência na elaboração, execução e implantação de Planos de Emergência Ambientais e atendimento de fauna marinha oleada, com participação em simulados e de ações reais de resposta à fauna oleada no Brasil.

Stella Almeida Lima, Centro de Estudos e Monitoramento Ambiental - CEMAM Universidade do Estado do Rio Grande do Norte - Programa de Pós-Graduação em Ciências Naturais (PPGCN)

Bacharel em Ciências Biológicas pela Universidade Potiguar (UnP) - Laureate International Universities. Mestre em Ciências Naturais pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN). Vem se especializando na área de zoologia, meio ambiente e conservação da biodiversidade. Atua em projetos de pesquisa, resgate, reabilitação de fauna marinha. Também participa de projetos de avaliação e mitigação de impactos de atividades antrópicas sobre fauna e ambientes costeiros, marinhos e oceânicos. Tem experiência em projetos de condicionantes ambientais relacionados às atividades de exploração e produção de petróleo e gás, incluindo projetos de monitoramento de praias, avaliação dos impactos de pesquisa sísmica sobre cetáceos e emergências com fauna contaminada por petróleo e derivados. Participa de ações de divulgação popular da ciência, divulgação e educação ambiental voltados para a conservação de fauna e ambientes marinhos. Integra a equipe do Projeto Cetáceos da Costa Branca - Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, Centro de Estudos e Monitoramento Ambiental e Projeto Golfinho Rotador-Fernando de Noronha.

Flávio José Lima Silva, Centro de Estudos e Monitoramento Ambiental - CEMAM Universidade do Estado do Rio Grande do Norte - Programa de Pós-Graduação em Ciências Naturais (PPGCN) Universidade do Estado do Rio Grande do Norte - Projeto Cetáceos da Costa Branca

É biólogo e doutor em Psicobiologia (Comportamento Animal). Pós-doutorado em Biologia Estrutural e Funcional, com enfoque sobre Estudos Morfológicos e Comportamentais como Causas de Encalhes em Cetáceos. É Professor Adjunto da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN). É fundador do Centro Golfinho Rotador-Fernando de Noronha e pesquisador do Projeto Golfinho Rotador desde 1990. É Coordenador Geral do Projeto Cetáceos da Costa Branca - UERN. Docente efetivo do Programa de Pós-Graduação em Ciências Naturais da UERN, Orienta estudantes de graduação e pós-graduação (mestrado e doutorado) sobre ecologia comportamental, biodiversidade, avaliação de impactos ambientais sobre fauna marinha e desenvolvimento sustentável. É Coordenador Geral do Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia Potiguar PMP-BP (RN e CE), conduzindo estudos, monitoramentos, avaliação e mitigação de impactos de atividades de Exploração e Produção de Petróleo e Gás. Conduz projetos de análises de impactos de atividades de pesquisa sísmica sobre fauna marinha. Conduz programas de atendimento de fauna marinha contaminada (emergências ambientais). Tem experiencia na elaboração e execução de Planos de Emergência Ambientais e atendimento de fauna marinha oleada, com participação em simulados e de ações reais de resposta à fauna oleada no Brasil. Participou de treinamentos de Incident Comand System (ICS 100/200/300/320); assim como da elaboração de protocolos de atendimento e reabilitação de fauna marinha oleada e não oleada. Executa ações de pesquisa, resgate e reabilitação de fauna marinha (golfinhos, baleias, peixe-boi, aves, tartarugas marinhas). Participa das oficinas de elaboração e é membro dos Grupos Assessoramento Técnico (GAT) dos Planos Nacionais para a Conservação de Cetáceos Marinhos e Peixe-boi marinhos (2011/2018; 2018-2023). É membro fundador da Rede de Encalhes de Mamíferos Aquáticos do Nordeste (REMANE); Rede de Encalhes de mamíferos Aquáticos do Brasil (REMAB); Rede de Conservação de Tartarugas Marinhas do Nordeste (RETAMANE), Rede de Educação Ambiental Peixe-Boi (REAMP) e Rede de colaboração para pesquisa e conservação de elasmobrânquios do Nordeste (RELASNE).

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Publicado

2021-02-23